terça-feira, 11 de maio de 2010

Curso de Português para Estrangeiros

A legislação em vigor promove e valoriza o ensino de Português como língua não materna e como processo facilitador de uma maior e melhor integração sócio-cultural dos imigrantes. O conhecimento da Língua Portuguesa é uma das condições obrigatórias para o acesso à Nacionalidade Portuguesa ou para Autorização de Residência de carácter Permanente.

Se pretende requerer a Nacionalidade Portuguesa ou solicitar Autorização de Residência Permanente (renovável de 5 em 5 anos) é obrigatória a entrega de documentos que atestem os conhecimentos da Língua Portuguesa - Certificado de Curso de Português p/ Estrangeiros ou Certificado de Aprovação em Teste de Diagnóstico a efectuar em escola pública.

A CNLI - Comissão Nacional para a Legalização de Imigrantes organiza anualmente Cursos de Língua Portuguesa de carácter básico e de preparação para o exame de diagnóstico em escolas públicas.

O próximo curso terá início a 16 de Maio, às 19h, nas nossas instalações.
Para mais informações, contacte 22 203 08 14.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

"Empreendedorismo Feminino em Portugal"



A Atlas – Cooperativa Cultural, CRL. realizou, em parceria com a CIG - Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), (entidade competente para a execução das medidas A e E da área 2.2. preconizadas no III-PNI-Plano Nacional para a Igualdade – Cidadania e Género (2007-2010) e responsável para a promoção do empreendedorismo feminino na sua concretização), a acção de sensibilização subordinada à temática, sobre “Empreendedorismo Feminino em Portugal”, dia 9 de Abril de 2010, das 15h às 18h, nas Instalações da Atlas – Cooperativa Cultural (Largo Dr. Tito Fontes, n.º 119 – 4.º andar - Porto).
A Acção teve como objectivo sensibilizar e investir numa cultura mais empreendedora, o Empreendedorismo Feminino. Pretendeu igualmente constituir-se um espaço de discussão sobre as temáticas relacionadas com o empreendedorismo feminino.

terça-feira, 2 de março de 2010

Violação de direitos humanos domina queixas nas cadeias

O primeiro relatório anual do Observatório de Direitos Humanos (ODH) regista 50 denúncias de violação, 40 das quais relacionadas com os castigos em meio prisional. As restantes incidem em questões como o direito de reclamação e o segredo de justiça.

O documento - referente a 2009 e apresentado ontem no Centro UNESCO do Porto - centra-se, contudo, nas questões da liberdade de expressão e no segredo de Justiça. "No caso das prisões, temos tantas denúncias que as vamos agrupar num único relatório sobre a questão dos castigos administrativos", explicou Luís Guerra, o porta voz do ODH, acrescentando que esta escolha assenta na ainda incipiente capacidade de resposta dos relatores voluntários da ODH.

Relativamente às questões da liberdade de expressão, Luís Guerra denuncia a violação do direito de reclamar. Como exemplo deu o caso de um cidadão bracarense que que se queixou do atendimento "execrável" que tinha tido numa conservatória do Registo Predial e acabou condenado por difamação ao funcionário. "Verificamos que havia violação do direito de liberdade de expressão, na modalidade de direito de reclamação", referiu Luís Guerra, lamentando que a jurisprudência portuguesa tenda a valorizar o direito ao bom nome em detrimento da liberdade de expressão.

Sobre o segredo de justiça, o relatório refere-se à divulgação de abundantes elementos identificativos de um polícia que foi detido por alegado envolvimento num crime. "A violação do segredo de justiça dá-se por quem, dentro do aparelho judiciário, passa a informação, ferindo a presunção da inocência e a reserva da vida privada", explicou.

Luís Guerra revelou, ainda, que o relatório 2009 abrange também as praxes académicas, o direito de manifestação, o acesso à saúde, a procriação medicamente assistida e o caso dos ciganos de Barqueiros. Na procriação medicamente assistida, por exemplo, o relatório centra-se na exclusão das mulheres solteiras de orientação homossexual.

No conjunto dos casos analisados há "um retrato de algumas situações que acontecem na sociedade portuguesa que são preocupantes, não tanto por si próprias, mas pelas tendências que se prenunciam". "Há uma tensão que rodeia os direitos humanos. Nem sempre pode dizer-se que são conquistas culturais assumidas. É uma matéria sempre muito frágil", sublinhou.
in Jornal de Notícias, 21 de Fevereiro de 2010

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Plenário do Observatório dos Direitos Humanos

A Atlas - Cooperativa Cultural, CRL vem por este meio, na qualidade de entidade parceira do Observatório dos Direitos Humanos (ODH) e de co-organizadora desta actividade, convidar V. Exas. a participar no Plenário 2010 do Observatório dos Direitos Humanos, a realizar dia 20 de Fevereiro de 2010, das 14h30 às 17h30, no Auditório do Clube UNESCO da cidade do Porto (Rua José Falcão, n.º 100, 4050-315 Porto).

Neste Plenário irá discutir-se o Plano de Actividades de 2009 e o Plano de Actividades para o ano de 2010. Alguns Relatores do ODH irão proceder à leitura de casos relativos à violação de direitos humanos em Portugal, casos dos quais tiveram conhecimento e que foram, posteriormente, objecto de análise.

O Observatório dos Direitos Humanos (ODH) é uma frente de acção inter-associativa (ou interinstitucional) que contribui para a denúncia das violações dos direitos fundamentais em Portugal, bem como para a protecção e promoção dos direitos humanos.
O ODH não é uma instituição, mas sim o resultado de uma parceria alargada de diversas organizações sociais comprometidas com a defesa de um ou mais direitos fundamentais.
O ODH visa também potenciar a acção conjunta das organizações parceiras, facultando-lhes informação sobre os conflitos sociais e propiciando-lhes um âmbito comum para o intercâmbio e planeamento de campanhas e actividades.

Para inscrição e mais informações, encontramo-nos disponíveis através do 22 203 08 14 ou através do nosso correio electrónico - cnli.portugal@gmail.com

quarta-feira, 15 de julho de 2009

"O Trabalho Social e as Respostas Cooperativas perante a Crise"

Na sequência da publicação da Portaria n.º 127/2009 de 30 de Janeiro – artigo 5.º., considerou-se relevante a realização do Seminário subordinado ao tema “O Trabalho Social e as Respostas Cooperativas perante a Crise” que teve lugar no dia 27 de Junho do corrente ano das 9h às 13h na ESMAE – Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo – I.P.Porto.
O Seminário foi constituído por 3 painéis, sendo o I Painel dedicado ao tema “Ocupação temporária de jovens e desempregados” e constituído por dois intervenientes Fundação da Juventude e Fundação Filos. No II Painel abordou-se o tema do Voluntariado Social, havendo lugar a três intervenções: da AMI, do Conselho Nacional Para a Promoção de Voluntariado e do IPJ. O III painel foi constituído pelas intervenções da UNINORTE, INSCOOP, MAIANIMA, ANIMACLUB e ATLAS.
Estiveram presentes 53 pessoas.


terça-feira, 23 de junho de 2009

Seminário "O Trabalho Social e as Respostas Cooperativas perante a Crise"

A ATLAS - Cooperativa Cultural, CRL promove no próximo dia 27 de Junho (Sábado), nas instalações da ESMAE (Escola Superior de Artes do Espectáculo), o Seminário "O Trabalho Social e as Respostas Cooperativas perante a Crise".
Esta iniciativa tem como objectivos favorecer a participação em ocupações temporárias, promover o voluntariado consciente e responsável, indicar formas de organização económica/colectiva de desempregados, estruturar novas respostas para os problemas de inserção profissional e contribuir para a implementação de políticas de responsabilidade social.
Programa:
9h - Recepção dos participantes
9h30 - Sessão de abertura
9h45 - Painel I - Ocupação Temporária de Jovens e Desempregados
Moderadora: Dra. Maria Paula Mouta
Intervenientes: Dra. Ema Gonçalves, Fundação da Juventude
10h30 - Debate
10h45 - Pausa para café
11h - Painel II - Voluntariado Social
Moderadora: Dra. Maria Paula Mouta
Intervenientes: Representante da CM de Braga - Banco de Voluntariado
Dr. Pedro Ferreira, AMI
Dra. Paula Prelada, IPJ
Dra. Maria Elisa Borges, Presidente do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado
11h45 - Debate
12h - Painel III - Respostas Cooperativas
Moderadora: Dra. Maria Paula Mouta
Intervenientes: Dr. Fernando Martinho, Uninorte, CRL.
Edite Silva, Maianima, CRL.
Representante da Animaclube, CRL.
Dr. Manuel Solla, Atlas - Cooperativa Cultural, CRL.
Representante do INSCOOP - Ministério do Trabalho e Segurança Social
12h45 - Debate
13h - Encerramento
Secretariado Executivo: Dra. Vera Silva - 22 208 00 48, de 2ª a 6ª-feira das 9h30 às 18h

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Exigências burocráticas impedem a legalização

A família Evangelista está a fazer as malas e prepara-se para regressar ao Brasil

Depois de quase seis anos, Carlos Evangelista desiste do sonho europeu. A sua história e a da sua família são a prova das dificuldades para se obter a autorização de residência em Portugal.
Carlos Evangelista embala a filha entregue a um choro súbito. A criança nasceu há quatro meses em Portugal. Talvez ela pudesse ajudar os pais e a irmã a regularizar a situação em território nacional. O pai está tão cansado que já nem quer tentar. "Vou para o meu país!"
O rapaz moreno de longos cabelos negros que agora embala a filha aterrou em 2003. Falava a língua, tinha amigos a morar em Vila Nova de Gaia para o receber e para o encaminhar: "Achava que ia ter papéis, trabalhar, ganhar mais dinheiro. Mas, quando cheguei, já tinha fechado a lei de Lula", um acordo assinado em 2003 entre os governos de Portugal e do Brasil que previa regularizar, em cinco anos, a situação de todos os brasileiros que tivessem entrado no país até àquela data e tivessem um contrato de trabalho válido.
Não fez as malas nem tornou à Bahia. Acreditou que, mais tarde ou mais cedo, regulizaria a sua permanência em Portugal. Decorrida uma semana, já vergava na construção civil: trabalhava no metro, para um subempreiteiro português, numa obra da Catalunha (Espanha).
Sentia-se explorado. Ganhava "três euros e qualquer coisa" por cada metro de tijolo ou azulejo posto. Aguentou quatro meses. Quis "arranjar melhor". E arranjou: um contrato com uma empresa portuguesa subcontratada para fazer uma obra na Andaluzia. Desta vez, ganhava à hora.
O bebé sossega nos braços grossos do pai. O electricista permanece de pé, a porta permanece aberta. Primeiro, respostas curtas, secas. Pouco a pouco, respostas mais compostas.
Não exerce a sua arte desde que deixou o Brasil. Na Península Ibérica, assumiu sempre o papel de pedreiro. E a mulher, que agora cruza a porta, entregou-se à limpeza, apesar de ser professora.
"É um choque", diz ela, camisola justa, cor berrante, a mostrar a elegância já recuperada. "Não é um serviço que a gente esteja habituada a fazer. Tem de se sujeitar a isso por falta de documentos."

O labirinto dos papéis
O estrafego dura há muito. Em 2004, Carlos trabalhava na construção de um centro comercial em Coimbra, já não partilhava o apartamento com os amigos, já encontrara um "ninho" para a sua família. A professora de primeiro ciclo pegou na filha, agora com seis anos, e veio.
O brasileiro, como muitos outros imigrantes ilegais, animou-se com a hipótese trazida pela última alteração legislativa. Pediu autorização de residência ao abrigo do art. 88º, n.º 2, da Lei 23/2007 de 4 de Junho. "Tinha um contrato de trabalho, segurança social, tudo. O inspector do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras [SEF] disse que o contrato era para Espanha, não valia para território português. Eu tinha que arranjar um contrato de trabalho em Portugal".
Arranjou um contrato com uma empresa portuguesa em troca de um salário fixo. Aguentou três meses. "Seiscentos euros! Esse salário não dava para manter a família!" Quando o SEF o chamou, já tornara a trabalhar nas obras em Espanha com um subempreiteiro português. Recebeu a notificação para abandonar o país em 20 dias.
Vai buscar os documentos. Estica uma folha no sofá. A ordem para abandonar o país tem quase um ano: 17 de Junho de 2008. Motivo: "Não fez prova de possuir um contrato de trabalho". Estica outras folhas. Irrita-o ter sido obrigado a pagar multas quando deu início a um processo que, afinal, não o conduziu à tão desejada autorização de residência.
Orientado pela Comissão Nacional para a Legalização de Imigrantes, viu uma hipótese. A mulher tinha contrato de trabalho, descontava para a Segurança Social, podia tentar a legalização através dela. Só que o passaporte de Simone não fora carimbado à chegada e ela não provara ter meios de subsistência.
Simone faz limpezas 40 horas por mês em troca de 200 euros. Tinha de ganhar pelo menos um salário mínimo. A semana passada soube que de nada serviu argumentar que o marido trabalhava nas obras e ganhava 1200 a 1800 euros por mês, conforme a produtividade.

Acabou a paciência
"Isto está mal organizado", queixa-se, regressando do quarto, ao qual foi amamentar o bebé. Parece-lhe mal que a filha que nasceu aqui não tenha direito automático à nacionalidade. "Ela nasceu em Portugal, devia ser portuguesa". Podia solicitar a nacionalidade, se já tivesse concluído o primeiro ciclo ou se os pais tivessem autorização de residência há cinco anos.
"Acho que deviam levar em conta a família. Há aqui uma criança na escola, um bebé", insurge-se ela. "Família e muitos anos de Segurança Social paga", acrescenta ele. "Quase seis anos de descontos! Pelo tempo que cá está, pela Segurança Social paga, deviam regularizar".
"Se está mau para os legais, imagine para os ilegais!", enfatiza Simone. "Com a crise, se você está ilegal, você não tem como arranjar trabalho", concorda Carlos. Não fosse a crise económica e financeira grassa, fariam as malas e iriam tentar a sorte no outro lado da fronteira. Assim, não.
O artigo 122º da Lei de Estrangeiros dá-lhes uma hipótese. Uma criança que tenha nascido em Portugal, que aqui permaneça, e que se encontre a frequentar a educação pré-escolar ou o ensino básico, secundário ou profissional, tem direito a residência. E, a partir dela, os pais.
Já lhes disseram que pré-escolar significa infantário. Já lhes disseram que teriam de aguentar mais três anos sem papéis. Carlos fartou-se: "Não estou a trabalhar e não vou trabalhar mais. Vou embora para o meu país". É só o tempo da outra filha mais velha acabar o ano lectivo.
Simone olha o marido e o seu rosto contrai-se, como se ao olhá-lo lhe pesasse mais a desilusão dele, a desilusão deles: "Como nós, há muita gente". Só aqui em Vila Nova de Gaia, duas famílias amigas vão partir. O televisor está sintonizado na TV Record. Carlos já se imagina a partir. Têm casa no Brasil - "casa e transporte próprio". Retomará a sua arte.

sábado, 23 de maio de 2009

Tribunal de Justiça dispensa Estados de repatriar imigrantes ilegais

A Conselheira-Geral do Tribunal de Justiça da UE considerou ontem que a legislação comunitária "não obriga" ao repatriamento de imigrantes em situação irregular na Europa, nem se opõe a que a sua expulsão possa ser substituída por uma multa. O Tribunal de Justiça da União Europeia analisou duas questões judiciais remetidas pelo Tribunal Superior de Justiça de Múrcia, em Espanha, depois de dois cidadãos da Bolívia, em situação ilegal, terem interposto recurso contra o seu repatriamento.


Fonte: Diário Económico, 20 de Maio de 2009